Joana Maria de Jesus
A Guerra do Paraguai (1864-1870), o maior conflito bélico da América do Sul, havia chegado ao fim. Ao custo de quase 500 mil pessoas mortas, cerca de 100 mil delas brasileiras, o Brasil saiu vitorioso, mas a guerra, que devastou o país vizinho, deixou a imagem do Império bastante arranhada e deu início ao processo de declínio do regime monárquico.
O recrutamento forçado, as promessas não cumpridas, a falta de apoio aos ex-combatentes e a crise econômica provocaram fortes críticas ao Imperador D. Pedro II. Para piorar, o governo perdeu apoio com o afastamento entre a Igreja e o Estado; os militares, que ganharam importância, queriam participar do processo político, e as pressões aumentavam com a manutenção do sistema escravocrata.
Na Fazenda Piranhas, província do Piauí, a guerra também deixou sua marca. O fazendeiro Ricardo Rodrigues de Carvalho e sua esposa, Dona Maria Antônia da Conceição, perderam dois filhos para o conflito. Marcos Rodrigues de Carvalho e Serafim Rodrigues de Carvalho nunca retornaram do campo de batalha.
Os dois combatentes eram irmãos de Francisca Maria da Conceição, que havia falecido no mesmo período, esposa do coronel Joaquim da Rocha Soares. Antes do final da guerra, Joaquim se casou em segundas núpcias com Antônia Maria do Nascimento, filha de Francisco Brito Nogueira e Marcelina Maria da Conceição, casal residente na região onde atualmente está localizado o município de São Julião (PI). Joaquim e Antônia tiveram apenas dois filhos: Leopoldino da Rocha Soares e Joana Maria de Jesus.
Pela ausência de registros, não está claro qual dos dois filhos nasceu primeiro. O certo é que Leopoldino nasceu em 08 de dezembro de 1869. Existe uma grande possibilidade de que Joana seja a filha mais velha do casal.
Quando Joana nasceu, alguns dos irmãos consanguíneos já eram adultos; Teotônio, por exemplo, tinha aproximadamente 20 anos. A chegada da idade adulta e o novo matrimônio de Joaquim apressaram as coisas, contribuindo para que esses irmãos buscassem constituir suas próprias famílias. Joana conviveu mais tempo com Leopoldino, pois, além de terem a mesma mãe e o mesmo pai, havia pequena diferença de idade entre os dois.
Por volta de 1887, como de costume na Família Rocha, antes de completar 20 anos, Joana se casou com um primo legítimo, o jovem Antônio João de Sousa Brito, de 22 anos, filho de Maria Joaquina de São José (irmã de Joaquim da Rocha Soares) e João Pedro de Sousa Brito, casal que morava na localidade Cangalhas, atualmente no município de Santo Antônio de Lisboa (PI).
Após o matrimônio, o casal fundou sua própria fazenda de gado na região onde atualmente está localizada a comunidade Caiçarinha, município de São Julião (PI).
Demóstenes Antônio de Sousa se casou com Josefa Maria de Sousa, filha de Valério Pereira da Silva e Maria Augustina de Jesus.
João Antônio de Sousa uniu-se matrimonialmente a Antônia Maria de Sousa, filha de José Raimundo Gomes e Maria Gil de Jesus.
Maria Joana de Sousa contraiu núpcias com o primo Francisco Bispo da Rocha, filho de Teotônio Bispo da Rocha e Maria Sinharinha de Jesus.
Aurora Joana de Jesus se casou com Adosino Joaquim de Sousa, filho de Joaquim Rodrigues de Carvalho e Raimundo Maria de Jesus.
Olímpio Antônio de Sousa uniu-se em matrimônio com Eugênia Joana de Jesus, filha de Ladislau Pereira da Silva e Joana Maria da Conceição.
Bernardino Antônio de Sousa se casou com Leobina Eulália da Rocha, filha de Francisco Bispo da Rocha e Eulália Maria de Jesus.
Antônia Joana de Sousa contraiu núpcias com José Policarpo da Silva, filho de Ladislau Pereira da Silva e Joana Maria da Conceição. José Policarpo também foi casado com Anísia Laura de Jesus, filha de Antônio Canuto de Sousa e Laura Sabina de Jesus.
Joaquim Antônio de Sousa se casou com Anísia Pereira de Sousa, filha de Justino Pereira da Silva e Alexandrina Maria da Conceição.
José Antônio de Sousa uniu-se em matrimônio com Raimunda Ana de Jesus, filha de Januário Rodrigues de Carvalho e Ana Lina de Jesus.
Joana Maria de Jesus faleceu com um pouco mais de 30 anos, no dia 30 de janeiro de 1906, e seus restos mortais descansam no cemitério de São Julião (PI). O filho mais novo, José Antônio de Sousa, tinha apenas três meses e 16 dias, e o mais velho, Demóstenes Antônio de Sousa, se aproximava dos 18 anos.
Viúvo, Antônio João de Sousa Brito se casou em 21 de agosto de 1909 com Maria Gil de Jesus, filha de Inocêncio Pereira da Silva e Jesuína Maria do Espírito Santo, que também era viúva de um primeiro casamento com José Raimundo Gomes.
As pesquisas ainda não apontaram a data do falecimento de Antônio João de Sousa Brito, mas sua segunda esposa faleceu viúva novamente em 24 de agosto de 1957, na comunidade Santa Cruz, atualmente município de Francisco Santos (PI).
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