Maria Joaquina de São José
Em 1840, o parlamento brasileiro outorgou a decisão que declarou o príncipe herdeiro Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Bourbon, ou apenas Dom Pedro II, Imperador do Brasil, desrespeitando a menoridade do príncipe, que impedia sua coroação antes de 1843, ano em que ele completaria 18 anos. Esta deliberação ficou conhecida na história como o “Golpe da Maioridade”.
Em 1831, Dom Pedro I, pai de Pedro II, abdicou do trono brasileiro em meio a uma grave crise política e voltou para Portugal, deixando no Brasil o menino de apenas seis anos como seu herdeiro. O tempo de espera até que o Imperador atingisse a maioridade ficou conhecido como “Período Regencial”.
O reinado de Dom Pedro II já havia começado de fato quando, na Fazenda Piranhas, Província do Piauí, Dona Francisca Maria da Conceição, com o apoio de uma “parteira”, deu à luz a uma criança do sexo feminino que seria batizada com o nome de Maria Joaquina de São José. Não se tem provas, mas o sobrenome provavelmente foi uma homenagem ao santo do mês de seu nascimento.
Dom Pedro II
O parto é um momento abençoado, mas também muito delicado na vida de uma mulher. Até hoje, requer uma série de medidas preventivas que têm como finalidade evitar complicações. No século XIX, a chance de uma mãe morrer durante ou após o parto era enorme. Higiene inadequada, medicina precária e falta de profissionais habilitados tornavam fatal uma gravidez de risco. No caso de Dona Francisca, ela teve sorte e tudo ocorreu bem com a gestação e o parto.
Maria Joaquina de São José cresceu na Fazenda Piranhas com seus irmãos e tinha pouco contato com outras famílias. A tradição dos “Rocha” previa que o casamento deveria ser arranjado dentro da própria família, e por perto quase não havia opções que seguissem tal critério.
Na época, não era incomum o casamento entre tios e sobrinhos, e foi o que aconteceu com “Quininha”, como era conhecida. A jovem se casou com Marcos Bispo de Carvalho, filho de seus avós paternos, Cristóvão José de Carvalho e Paulina da Rocha Carvalho, casal residente na Fazenda Guaribas.
Há uma especulação de que o pai de “Quininha” era filho apenas de Cristóvão e não de Paulina, informação esta negada pelos descendentes de Joaquim da Rocha Soares. Pela lógica, caso Joaquim não fosse filho dos dois, a probabilidade maior era de que ele fosse filho apenas de Paulina, já que ela tinha o sobrenome Rocha, ao contrário de Cristóvão, que assinava com Carvalho.
Maria Joaquina de São José se mudou para o novo lar na região onde atualmente está localizado o município de São Luís do Piauí. Com o tio, teve três filhos: Francisco França de Carvalho, Joaquim Emílio de Carvalho e o Cônego Marcos Francisco de Carvalho.
Marcos Bispo de Carvalho faleceu no dia 21 de dezembro de 1880, deixando a esposa Quininha grávida e com outros dois filhos menores para criar. Viúva, ela teve que retornar para a casa dos pais na Fazenda Piranhas, onde nasceu o futuro Padre Marcos Francisco de Carvalho, no dia 02 de junho de 1881.
Tempos depois, Maria Joaquina de São José contraiu segundas núpcias com o também viúvo e pai de oito filhos, Antônio Manoel de Sousa Veloso, que havia perdido a esposa Maria Arcanjo Veloso em 1877. Quininha voltou a residir na Fazenda Guaribas, onde herdou a casa de Cristóvão e Paulina, construída em 1818 e localizada em um alto próximo à igreja de São Luís.
Quininha, que não teve filhos com Antônio Manoel, morreu viúva em 10 de outubro de 1937. Seu segundo esposo faleceu em 1929. Seus restos mortais repousam no município de São Luís do Piauí.
Descendência de Maria Joaquina de São José e Marcos Bispo de Carvalho:
Francisco França de Carvalho se casou com Paulina Maria Batista, filha do casal João José Batista e Joaquina Maria do Espírito Santo.
Joaquim Emílio de Carvalho uniu-se em matrimônio com Rosa Francisca Barros e, depois, com Josefa Francisca Barros, ambas filhas de Antônio de Barros e Silva e Francisca de Barros e Silva.
Marcos Francisco de Carvalho, Padre, faleceu em 09 de julho de 1923, e seu corpo está sepultado na igreja Matriz de São João do Piauí.
Parabéns pelo blog e excelente trabalho! Se tiver mais informações sobre a família Rocha no município de Bocaina e pudesse compartilhar, fico agradecida
ResponderExcluirQue Maravilha! Parabéns Jonas! Que interessante. Vê nossa história contada e não esquecida.
ResponderExcluirEu tenho antepassados na família Rocha e na família Veloso, porém não encontrei os nomes nesse documentário,mas fico feliz de saber que meus antepassados participaram do desenvolvimento do país e do estado.
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