Bernardino Ricardino da Rocha

Ilustração “O Vaqueiro Nordestino”, da série “Tipos Tradicionais Brasileiros”


Em 1860, o Brasil perdia um grande nome da poesia da segunda geração do romantismo. Casimiro José Marques de Abreu morria com apenas 21 anos de idade acometido por tuberculose, mas deixava uma renomada obra literária, composta de joias como “Fora da Pátria”, “Minha mãe” e “As Primaveras”. 

Naquele ano, os piauienses viveram três administrações diferentes, porem todas do Partido Conservador. Diogo Velho Cavalcanti (1829-1889) presidiu a província de 05 de novembro de 1859 a 1° de maio de 1860; Ernesto José Batista governou de 1° de maio de 1860 a 13 de julho de 1860, e Manuel Antônio Duarte de Azevedo (1831-1912), administrou de 13 de julho de 1860 a 15 de abril de 1861. 

No Semiárido Piauiense, em um casarão de taipa, localizado em um alto com vista para o Rio Marçal, Dona Francisca Maria da Conceição dava luz a mais um filho, que seria batizado com o nome de Bernardino Ricardino da Rocha. O terceiro herdeiro do sexo masculino era um motivo de festa para Joaquim da Rocha Soares. Na sociedade patriarcal do século XIX, os homens eram responsáveis por conservar as tradições e o sobrenome da família. 

Na Fazenda Piranhas, Bernardino viveu uma infância típica de menino rural, em companhia dos demais irmãos e dos filhos dos criados, subia em árvores, caçava passarinhos, banhava de rio, confeccionava seus próprios brinquedos e nem imaginava o que o destino lhe reservava. 

Bernardino era criança quando presenciou a morte de sua mãe e ainda não tinha completado dez anos quando uma estranha entrou pela porta de frente na posição de madrasta. Golpes que deixaram marcas profundas, mas fortaleceram o garoto esperto para enfrentar a vida adulta. 

Quadro de Debret com crianças brancas e negras brincando juntas

Com aproximadamente 22 anos, Bernardino já era homem feito e como tal deveria constituir sua própria família e Paulina Maria da Conceição, prima legítima, que residia na “Fazenda Nova”, atualmente “Porcos”, filha do casal Valentim Rodrigues de Carvalho e Maria Francisca de Jesus, era uma menina “prendada” e bonita para os padrões da época, e as duas famílias “faziam gosto” com o casamento. 

O nome de Paulina era uma homenagem à avó materna Paulina da Rocha Carvalho, esposa de Cristóvão José de Carvalho, casal que viveu na Fazenda Guaribas, onde atualmente estão localizados os municípios de São Luís do Piauí e Bocaina. 

Após o matrimônio, ocorrido no dia 10 de junho de 1884, na Fazenda Foveiro, Bernardino e Paulina se instalaram na Fazenda Macaco, na época pertencente ao município de Jaicós, província do Piauí, onde ergueram a casa grande e desenvolveram a pecuária. 

A união geraria quatro filhos: Josino Bernardino da Rocha; Acelino Bernardino da Rocha; Firmina Maria de Jesus (nascida em 11 de outubro de 1889) e Cícero Bernardino da Rocha (1898). 

Josino Bernardino da Rocha se casou com a prima Joana Francisca São José, filha de Valdivino Rodrigues de Carvalho e Francisca Maria São José. Depois contraiu segundas núpcias com outra prima, Maria Possidônia de Jesus, filha de Januário Rodrigues de Carvalho e Possidônia Maria de Jesus. 

Acelino Bernardino da Rocha se uniu através do matrimônio com a prima Adalgisa Francisca São José, filha de Valdivino Rodrigues de Carvalho e Francisca Maria São José. 

Firmina Maria de Jesus se casou com Felintro Sabino Bezerra, filho de Antônio Sabino da Silva e Carolina Maria de Jesus. 

Cícero Bernardino da Rocha contraiu núpcias com Júlia Maria de Jesus, filha de José Ricardo de Carvalho (tio de Bernardino) e Raimundo Maria de Carvalho. 

Registro de casamento - Fonte: Search Family

Bernardino e Paulina faleceram ainda jovens com menos de 40 anos de idade, dentro da expectativa de vida dos 17 milhões de brasileiros da época que era de 33,7 anos. Bernardino morreu por volta de 1898 com aproximadamente 38 anos de idade. No dia 02 de novembro de 1899, Paulina contraiu segundas núpcias com Victalino Bezerra Sobrinho, filho do casal Antônio Sabino da Silva e Carolina Maria de Jesus, com quem teve um filho batizado como Almiro de Carvalho Bezerra. 

Paulina faleceu no início do século deixando Victalino que se casou novamente, desta vez, com Cândida Maria de Carvalho, filha de Francisco Pereira de Lima e Joaquina Rodrigues de Carvalho. O matrimônio aconteceu no dia 09 de dezembro de 1905.








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