Possidônia Maria de Jesus

A imagem idealizada da mulher no século XIX a vestia com o manto da dona de casa e de mãe. Pintura de Eugenio Zampighi, “Idyllic Family Scene with Newborn” (séc XIX).


Na segunda metade do século XIX as mudanças provocadas pela Revolução Industrial na Europa e nos Estados Unidos começaram a chegar ao Brasil com a instalação das primeiras fábricas e a substituição gradativa do trabalho escravo por trabalhadores assalariados. Pesquisadores chamam o período de “surto industrial”, quando em dez anos, de 1850 a 1860, foram abertas 70 fábricas, fundados 14 bancos, 20 companhias de navegação a vapor, 23 companhias de seguro e oito estradas de ferro. 

O Piauí inaugurava em 16 de agosto de 1852 sua nova capital, projetada pelo Conselheiro José Antônio Saraiva, se tornava oficialmente a primeira capital planejada do Brasil. O nome “Teresina” homenageava a imperatriz Teresa Cristina Maria de Bourbon, esposa de Dom Pedro II, Imperador do Brasil. 

Dona Teresa Cristina

A aproximadamente 400 quilômetros da nova capital, na Fazenda Piranhas, Semiárido Piauiense, uma menina chegava ao mundo e era batizada com o nome de Possidônia Maria de Jesus. Filha do casal Joaquim da Rocha Soares e Francisca Maria da Conceição, Possidônia foi criada dentro das regras restritivas impostas pela sociedade patriarcal da época, instruída nas “prendas domésticas” e formada na arte de como ser uma esposa exemplar. 

A religiosidade era marcante e as mulheres deveriam conhecer os mais diversos benditos e eram requisitadas nos momentos de aflições para através das rezas diminuírem o sofrimento, alcançar graças ou intercederem na remissão de pecados. 

Casar, cuidar do lar e do esposo e procriar, este era o destino das mulheres da época e assim foi com Possidônia ao entrar na adolescência. A família tratou logo de arranjar um casamento e um primo legítimo seria o marido ideal. 

Primo por parte de mãe e de pai, Januário Rodrigues de Carvalho, filho do fazendeiro Valentim Rodrigues de Carvalho (irmão de Francisca) e Mariana Francisca de Jesus (irmã de Joaquim) era o candidato perfeito para desposar a jovem. O casamento foi providenciado e a cerimonia realizada provavelmente no inicio da década de 1880. 

Igreja de Nossa Senhora da Conceição em São Julião (PI) inaugurada em 1878

O casal se instalou na região chamada de "Fazenda Nova" onde nasceram os frutos Eduvirge Maria de Jesus (1883), Francisco Januário de Carvalho (1886) e Maria Possidônia de Jesus (1889). 

Eduvirge Maria de Jesus casou com Antônio Batista de Sousa, filho Manoel Batista de Sousa e Maria Avelina de Sousa. 

Francisco Januário de Carvalho uniu-se matrimonialmente com Ana Doroteia de Jesus, filha Marcos Francisco de Carvalho e Doroteia Maria da Conceição. 

Maria Possidônia de Jesus casou-se em primeiras núpcias com o primo Joaquim Ricardino da Rocha, filho de Ricardino da Rocha Soares e Joana Maria de Jesus e após ficar viúva se uniu em segundas núpcias com o outro primo Josino Bernardino da Rocha, filho de Bernardino Ricardino da Rocha e Paulina Maria da Conceição. 

Possidônia Maria de Jesus morreu jovem e seu esposo Januário Rodrigues de Carvalho casou-se mais duas vezes. Em 18 de maio de 1893 se uniu através do matrimônio com Ana Lina de Jesus, filha do casal Manoel Batista de Sousa e Maria Avelina de Sousa; e ficando viúvo novamente casou-se em 08 de dezembro de 1916 com Joaquina Joana da Assunção, filha de José Pereira Lima e Joana Maria da Assunção.

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