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Mostrando postagens de 2020

Maria Joaquina de São José

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Em 1840, o parlamento brasileiro outorgava a decisão que declarava o príncipe herdeiro Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Bourbon, ou apenas Dom Pedro II, Imperador do Brasil, desrespeitando a menoridade do príncipe, que impedia sua coroação antes de 1843, ano em que ele completaria 18 anos. Esta deliberação ficou conhecida na história como o “Golpe da Maioridade”.  Em 1831, Dom Pedro I, pai de Pedro II, em meio a uma grave crise política, abdicou ao trono brasileiro e voltou para Portugal, deixando no Brasil o menino de apenas seis anos como seu herdeiro. O tempo de espera até o Imperador atingir a maioridade ficou conhecido como “Período Regencial”.  O Reinado de Dom Pedro II já havia começado de fato quando na Fazenda Piranhas, Província do Piauí, Dona Francisca Maria da Conceição, com apoio de uma “parteira”, dava a luz a uma criança do sexo feminino que seria batiza

Joana Maria de Jesus

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A Batalha do Riachuelo, um dos maiores conflitos da Guerra do Paraguai A Guerra do Paraguai (1864-1870), o maior conflito bélico da América do Sul, havia chegado ao fim. Ao custo de quase 500 mil pessoas mortas, cerca de 100 mil delas brasileiras, o Brasil saía vitorioso, mas a guerra que devastou o país vizinho deixou a imagem do Império bastante arranhada e dava início o processo de declínio do regime monárquico.  O recrutamento forçado, as promessas não cumpridas, a falta de apoio aos ex-combatentes, além da crise econômica, provocavam fortes críticas ao Imperador D. Pedro II. Para piorar, o governo perdeu apoio com afastamento entre a Igreja e o Estado; os militares, que ganharam importância, queriam participar do processo político e as pressões aumentavam com a manutenção do sistema escravocrata.  Na Fazenda Piranhas, província do Piauí, a guerra também deixou a sua marca. O fazendeiro Ricardo Rodrigues de Carvalho e sua esposa Dona Maria Antônia da Conceição p

Bernardino Ricardino da Rocha

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Ilustração “O Vaqueiro Nordestino”, da série “Tipos Tradicionais Brasileiros” Em 1860, o Brasil perdia um grande nome da poesia da segunda geração do romantismo. Casimiro José Marques de Abreu morria com apenas 21 anos de idade acometido por tuberculose, mas deixava uma renomada obra literária, composta de joias como “Fora da Pátria”, “Minha mãe” e “As Primaveras”.  Naquele ano, os piauienses viveram três administrações diferentes, porem todas do Partido Conservador. Diogo Velho Cavalcanti (1829-1889) presidiu a província de 05 de novembro de 1859 a 1° de maio de 1860; Ernesto José Batista governou de 1° de maio de 1860 a 13 de julho de 1860, e Manuel Antônio Duarte de Azevedo (1831-1912), administrou de 13 de julho de 1860 a 15 de abril de 1861.  No Semiárido Piauiense, em um casarão de taipa, localizado em um alto com vista para o Rio Marçal, Dona Francisca Maria da Conceição dava luz a mais um filho, que seria batizado com o nome de Bernardino Ricardino da Roch

Justina Maria da Conceição

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Os movimentos abolicionistas ganhavam força na segunda metade do século XIX. As pressões internas e externas, principalmente da Inglaterra, fizeram com que o Brasil aprovasse, em 04 de setembro de 1850, a “Lei Eusébio de Queiróz” proibindo a entrada de africanos escravizados no país. O tráfico ficava extinto no papel, mas na prática, continuava acontecendo com grande lucratividade.  Em 28 de setembro de 1871, mais um passo importante, foi aprovada a “Lei do Ventre Livre”, segundo a qual seria livre qualquer filho de escrava nascido no Brasil. Já em 28 de setembro de 1885 foi promulgada a “Lei dos Sexagenários”, libertando os escravos maiores de 60 anos e estabelecendo normas para a libertação gradual de todos os escravos, mediante indenização.  Apesar dos paulatinos avanços conquistados a partir de 1850, a escravidão só seria oficialmente extinta em 13 de maio de 1888, mas o simbólico papel, assinado pela Princesa Isabel, não foi o suficiente para sarar as feridas a

Possidônia Maria de Jesus

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A imagem idealizada da mulher no século XIX a vestia com o manto da dona de casa e de mãe. Pintura de Eugenio Zampighi, “Idyllic Family Scene with Newborn” (séc XIX). Na segunda metade do século XIX as mudanças provocadas pela Revolução Industrial na Europa e nos Estados Unidos começaram a chegar ao Brasil com a instalação das primeiras fábricas e a substituição gradativa do trabalho escravo por trabalhadores assalariados. Pesquisadores chamam o período de “surto industrial”, quando em dez anos, de 1850 a 1860, foram abertas 70 fábricas, fundados 14 bancos, 20 companhias de navegação a vapor, 23 companhias de seguro e oito estradas de ferro.  O Piauí inaugurava em 16 de agosto de 1852 sua nova capital, projetada pelo Conselheiro José Antônio Saraiva, se tornava oficialmente a primeira capital planejada do Brasil. O nome “Teresina” homenageava a imperatriz Teresa Cristina Maria de Bourbon, esposa de Dom Pedro II, Imperador do Brasil.  Dona Teresa Cristina A apr

Teotônio Bispo da Rocha

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O século XIX, com suas inovações e marcantes mudanças nas relações sociais, estava chegando a sua metade. Na longínqua Fazenda “Piranhas”, isolada do mundo e das novidades, tudo acontecia a passos lentos. A vida simples se resumia a lida difícil no campo, com o manejo da terra e o cuidar do rebanho. Mas por outro lado, as famílias eram próximas e mantinham um relacionamento cordial e respeitoso.  Por volta de 1847, o casal Joaquim da Rocha Soares e Francisca Maria da Conceição teve o primeiro varão que foi batizado com o nome de Teotônio Bispo da Rocha. A origem do segundo nome não está clara, mas Joaquim tinha um irmão chamado Marcos Bispo de Carvalho, não se tem provas, mas poderia ser uma homenagem ao tio da criança. Telégrafo, invenção do século XIX Os avós paternos de Teotônio eram Cristóvão José de Carvalho e Paulina da Rocha Carvalho, que residiam na região de Bocaina (PI), e maternos eram os colonos Ricardo Rodrigues de Carvalho e Maria Antônia da Con

Ricardino da Rocha Soares

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Filho do Coronel Joaquim da Rocha Soares com sua primeira esposa, Francisca Maria da Conceição, Ricardino da Rocha Soares nasceu por volta de 1859, na Fazenda Piranhas, localizada a dois quilômetros de Alagoinha do Piauí. Seus avós paternos eram Cristóvão José de Carvalho e Paulina da Rocha Carvalho, residentes na Fazenda Guaribas, e avós maternos eram Ricardo Rodrigues de Carvalho e Maria Antônia da Conceição, colonizadores que chegaram a Fazenda Piranhas no ano de 1836. A agropecuária teve uma influência importante na fixação da Família Rocha nas margens do Rio Guaribas e posteriormente no Rio Marçal. A vida rudimentar não permitia fácil acesso à água e os rios permitiam a criação de gado em grande escala, pois além de água, conservavam o pasto no período de seca. Percy Lau - Feira de Gado Alguns descendentes mantiveram a tradição de criar rebanhos de gado voltados para produção dos derivados do leite como queijo, coalhada e manteiga até a década de 1990. As últ

Nemésio Joaquim da Rocha (1921-1998)

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Nemésio Joaquim da Rocha nasceu aos 19 dias do mês de dezembro de 1921, às 19h, em Arara, município de Pio IX, no Piauí. Filho de Joaquim Leopoldino da Rocha (1893-1975) e Maria Francisca das Dores (1896-1954). Sendo o quarto filho de 16 irmãos, começou muito cedo sua luta pela sobrevivência em um período de muita escassez para o nordestino, sobretudo, para aqueles que viviam na Região do semiárido piauiense. Ainda muito jovem perdeu sua genitora a quem tinha muito apego e admiração, pois representava a figura feminina, que já naquele tempo, contribuía com o sustento da família, trabalhando como costureira. O mês de agosto sempre foi marcado por imensa tristeza para ele, por ser aniversário da morte de sua amada mãe. Seguindo o exemplo de sua mãe de manter a família unida, após seu falecimento, passou a cuidar dos demais irmãos em parceria com sua irmã Ana Maria da Rocha, provendo o sustento e, consequentemente, encaminhando-os na vida. Porém, como todo jovem Nordesti